De
volta ao pretérito
Quando
ele chegava em casa eu ia correndo abraçar pois estava com muitas saudades esse
é meu pai, ele chegava cansado pois
vendia leite em Peixoto de Azevedo ficava ansiosa por sua chegada, pois minha
vida no sítio não era fácil juntamente com a mãe ela o judiava muito de nós.
Morávamos em uma linda casa cheia de árvores frutíferas ao redor. Ele chegava
cansado em casa e ainda tinha tempo de brincar de serra, serra comigo, pegava
nós todos no colo, e contava histórias. Eu ficada vislumbrada de felicidade por
ter um pai que contava história “da onça e do cabrito” “da onça e do sapo” e
outras histórias mais da bíblia. E quando ele o chegava trazia balinhas e
sempre falava para nós três irmãos só vai ganhar balinha aquele que tiver bocão,
nós abríamos a boca o mais grande possível, ele com um olhar de atenção saía
correndo de nós com as balinhas no bolso e nas mãos nós fazíamos a festa
gritando e correndo atrás dele, eu via que ele se sentia um paizão, ou seja
tinha orgulho de ser pai. Uma vez ele estava chegando do Peixoto , quando escutei
um grito, me chamando pra eu ir ate perto da BR 163 quando cheguei lá tinha um
anu dentro de uma bacia com água o anu estava molhado e não conseguia voar, e
meu pai sabendo o quanto eu gosto de animais fui a primeira a ser chamada. Ele
queria apenas me mostrar o bicho mais eu quis levar ele embora, fui correndo lá
em casa pegar uma gaiola para levar o anu. Daí ele me ajudou colocou o anu na
gaiola e levamos, deixei-o preso, mais quando o anu se secou fui pegar ele e
ele me beliscou e eu o soltei e comecei a chorar, pois meu dedo estava
sangrando. Minha mãe queria me bater, pois ela não queria que eu brincasse com
o animal, mas meu pai com todo amor e carinho do mundo, me pegou no colo enrolou
um pano em meu dedo e só assim parei de chorar. Então sempre vou idolatrar meu
pai, pois nunca esquecerei o que o mesmo fez não só por mim e pelos meus irmãos
também.
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